Estoque de carbono e de biomassa em vegetação com diferentes estágios de regeneração e alterações antrópicas em área urbana

Autores

  • Yuri Rommel Vieira Araújo Universidade Federal da Paraíba
  • Zayne Christina Gonçalves Moreira Universidade Federal da Paraíba
  • Arinaldo Inácio das Neves Secretaria Municipal de Meio Ambiente de João Pessoa.

Palavras-chave:

Queimada, GEE, emissão atmosférica

Resumo

O estudo teve como objetivo quantificar o estoque de carbono e biomassa em vegetação com diferentes estágios de regeneração e alterações antrópicas em área urbana. Para a obtenção dos resultados foi realizado o inventário florestal de seis áreas com diferentes características fitofisionômicas, grau de antropização e estágio de regeneração. Para a quantificação de estoque de carbono e biomassa foram utilizadas equações alóctones adaptadas para floresta estacional semidecidual. Das seis áreas, duas foram classificadas como estágio médio de regeneração, uma em estágio médio/inicial e três inicial. O estoque de biomassa abaixo do solo encontrado variou entre 28,66 t/ha e 0,12 t/ha e acima do solo entre 155,75 t/ha e 0,67 t/ha, dependendo do estágio de regeneração e grau de antropização. O estoque de carbono total variou entre 88,51 tC/ha e 0,38 tC/ha, conforme a fitofisionomia da área. A vegetação em estágio médio/inicial apresentou maior média de biomassa arbórea e carbono estocado em comparação aos demais estágios de regeneração. O fuste (troco) apresentou o maior estoque médio de carbono, seguida pelos galhos e raízes. Com os resultados foi possível concluir que as áreas que apresentaram vegetação com características mais próximas dos remanescentes florestais, apresentam maior capacidade de estoque de biomassa e carbono. As áreas em estágio médio/inicial absorvem maior quantidade de carbono e biomassa por hectares, e em estágio inicial, pouca capacidade. À medida que um remanescente florestal passa por um processo de antropização e de degradação, reduz sua função de sequestrar e estoque.

Biografia do Autor

Yuri Rommel Vieira Araújo, Universidade Federal da Paraíba

Engenheiro Florestal com especialização em Gestão Ambiental e Mestrado em Energias Renováveis.

Zayne Christina Gonçalves Moreira, Universidade Federal da Paraíba

Técnica em Recursos Naturais, Graduada em Administração, Graduanda em Geografia e Especialista em Gestão Ambiental

Arinaldo Inácio das Neves, Secretaria Municipal de Meio Ambiente de João Pessoa.

Bacharel em Geografia

Referências

AMARO, M. A., SOARES, C. P. B., SOUZA, A. L., LEITE, H. G., SILVA, G. F. (2013). Estoque volumétrico, de biomassa e de carbono em uma floresta estacional semidecidual em Viçosa, Minas Gerais. Revista Árvore, v. 37, n. 5, p. 849-857, 2013.

ARAÚJO, Y. R. V., GÓIS, M. L., COELHO JUNIOR, L. M., CARVALHO, M. (2018). Carbon footprint associated with four disposal scenarios for urban pruning waste. Environmental Science and Pollution Research, v. 25, n. 2, p. 1863-1868.

AZEVEDO, A. D., FRANCELINE, M. R., CAMARA, R., PEREIRA, M. G., LELES, P. S. S. (2018). Estoque de carbono em área de restauração florestal de Mata Atlântica. Floresta, v. 48, n. 2, p. 183-194.

CARON, B. O., ELOY, E., SOUZA, V. Q., SCHMIDT, D., BALBINOT, R., BEHLING, A., MONTEIRO, G. C. (2015). Quantificação da biomassa florestal em plantios de curta rotação com diferentes espaçamentos. Comunicata Scientiae, 6 (1), p. 106-112.

CARVALHO, L. S., CARQUEIRA, R. M., SILVA, G. V. (2014). Estoque de carbono em um município de floresta estacional semidecídual no município de Ribeirão Grande, São Paulo. Bioikos, 28 (2), p. 73-85.

CHAVE, J., CONDIT, R., AGUILAR, S., HERMANDEZ, A., LAO, S., PEREZ, R. (2004). Error propagation and scaling for tropical florest biomass estimates. Philosophiscal Transactions of the Royal Society, v. 359, n. 1443, p. 409-420.

CONAMA. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução nº 391, de 25 de junho de 2007 que define vegetação primária e secundária nos estágios inicial, médio e avançado de regeneração da Mata Atlântica no Estado da Paraíba. Brasília: DOU nº 121 de 26/06/2007. Disponível em: www2.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=536.

DANTAS, M. S., ALMEIDA, N. V. A., MEDEIROS, I. S., SILVA, M. D. (2017). Diagnóstico da vegetação remanescente de Mata Atlântica e ecossistemas associados em espaço urbano. Journal of Environmental Analysis and Progress, v. 02, n. 01, p. 87-97.

DINIZ, A. R., MACHADO, D. L., PEREIRA, M. G., BALIEIRO, F. C., MENEZES, C. E. G. (2015). Biomassa, estoque de carbono e de nutrientes em estádios sucessionais da Floresta Atlântica, RJ. Agrária-Revista Brasileira de Ciências Agrárias, v. 10, n. 3, p. 443-451.

DRUMOND, M. A. (1996). Alterações fitossociológicas e edáficas decorrentes de modificações da cobertura vegetal na Mata Atlântica, região do Médio Rio Doce, MG. Tese de Doutorado, Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, MG, Brasil.

FIGUEIREDO, L. T. M. F., SOARES, C. P. B., SOUSA, H. A. L., LEITE, H. G., SILVA, G. F. (2015). Dinâmica do estoque de carbono em fuste de árvores de uma floresta estacional semidecidual. Cerne, v. 21, n. 1, p. 161-167.

FREITAS JUNIOR, J. A., SANQUETTA, C. R.; IWAKIRI, S., COSTA, M. R. M. M., KOEHLER, H. S. (2017). Estudo da aplicação de coberturas verdes no objeto de se construir edifícios neutros em carbono. Holos Environmet, 17, 1, p. 35-52.

GOLLEY, F. B. Ciclagem de minerais em um ecossistema de Floresta Tropical Úmida. São Paulo: EDUSP, 1978. 256p.

HENRY, M., BESNARD, A., ASANTE, W. A., ESHUN, J., ADU-BREDU, S., VALENTINI, R., BERNOUX, M. SAINT-ANDRÉ, L. (2010). Wood desnity, phytomass variations within and among trees, and allometric equations in a tropical rainflorest of Africa. Forest Ecology and Management, v. 260, n. 5, p. 1375-1388.

IPCC. (2019). Painel Intergovernamental para as mudanças climáticas. Global warming of 1.5 degree Celsius. Genebra. Disponível em: . Acesso em: 10/12/ 2019.

JOÃO PESSOA. (2012). Prefeitura Municipal de João Pessoa. Secretaria Municipal de Meio Ambiente. Plano municipal de conservação e recuperação da Mata Atlântica. João Pessoa: F&A Gráfica e editora.

JOÃO PESSOA. (2018). Prefeitura Municipal de João Pessoa. Secretaria Municipal de Meio Ambiente. Inventário de Emissão de Gases de Efeito Estufa do Município de João Pessoa. João Pessoa: Editora e Gráfica Meta.

LOPES, R. B., MIOLA, D. T. B. (2010). Sequestro de carbono em diferentes fitofisionomias do Cerrado. SynThesis, v. 2, n. 2.

OLIVEIRA, M., RIL, F. L., PERETTI, C., CAPELLESSO, E. S., SAUSEN, T. L., BUDKE, J. C. (2016). Biomassa e estoque de carbono em diferentes sistemas florestais no sul do Brasil. Perspectiva, v. 40, n. 149, p. 09-20.

REFLORA. (2019). Instituto de Pesquisa Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Lista de Espécies da Flora do Brasil. Rio de Janeiro.. Acesso em:<http://reflora.jbrj.gov.br/jabot/listaBrasil/ConsultaPublicaUC/ConsultaPublicaUC.do>. Acesso em: 10 de mar. 2019.

RIBEIRO, J. B, BORGO, M. & MARANHO, L. T. (2013). Áreas protegidas de Curitiba (PR, Brasil) como sumidouros de CO2. Floresta, v. 43, n. 2, p. 181-190.

SANQUETTA, C. R., CORTE, A. P. D., MOGNON F., MAAS, G. C. B., RODRIGUES, A. L. (2014). Estimativa de carbono individual para Araucaria angustifólia. Pesq. Agropec. Trop., v. 44, n. 1, p. 1-8.

SANTOS, F. G., CAMARGO, P. B. & OLIVEIRA JUNIOR, R. C. (2018). Estoque e dinâmica de biomassa arbórea em floresta Ombrófila Desna na Flona Tapajós: Amazônia Oriental. Ciência Florestal, v. 28, n. 3, p. 1049-1059.

SANTOS, L. R., SANTOS, E. A. & FERREIRA, E. J. L. (2013). Estimativa da capacidade de estoque de biomassa e carbono da vegetação arbórea de um fragmento do Parque Urbano Tucumã em Rio Branco, ACRE. Enciclopédia Biosfera, v. 9, n. 17.

SILVA, K. E., SOUZA, C. R., AZEVEDO, C., ROSSI, L. M. B. (2015). Dinâmica florestal, estoque de carbono e fitossociologia de uma floresta de terra-firme na Amazônia Central. Scientia Forestalis, v. 43, n. 105, p. 193-201.

SOUZA, J. F., SILVA, R. M. & SILVA, A. M. (2016). Influência e ocupação do solo na temperatura da superfície: o estudo de caso de João Pessoa –PB. Ambiente Construído, v. 16, n.1, p. 21 -37.

SOUZA, C. R., AZEVEDO, C. P., ROSSI, L. M. B., SILVA, K. E., SANTOS, J., HIGUCHI, N.(2012). Dinâmica e estoque de carbono em floresta primária na região de Manaus/AM. Acta Amazônica, V. 42 (4), p. 501-506.

SOUZA, A. L., BOINA, A., SOARES, C. P B., VITAL, B. R., GASPAR, R. O., LANA, J. M. (2012). Estrutura fitossociológica, estoque de volume, biomassa, carbono e dióxido de carbono em floresta estacional semidecidual. Revista Árvore, v. 36, n. 1, p. 169-179.

SOUZA, R. C. de. (2019). Fluxos de gases de efeito estufa (GEE) em florestas urbanas de São Paulo, SP: uma análise da contribuição das áreas verdes na resiliência da cidade. 2019. Dissertação em Mestrado. Universidade Nove de Julho. São Paulo.

TORRES, C. M. M. E., JOCAVINE, L. A. G., SOARES, C. P. B., OLIVEIRA NETO, S. N., SANTOS, R. D.; CASTRO NETO, F. (2013). Quantificação de biomassa e estoque de carbono em uma floresta semidecidual, no Parque tecnológico de Viçosa, MG. Revista Árvore, v. 37, n. 4, p. 647-655.

VICENTE, A., ALMEIDA JR., E. D., SANTOS-FILHO, F. S., ZICKEL, C. S. (2014). Composição estrutural da vegetação lenhosa da Restinga de Cabedelo, Paraíba. Revista de Geografia, v. 13, n 1.

Publicado

2020-05-02

Edição

Seção

Tecnologias e Estudos Ambientais