Open Access Journal
0.4
Indexada na
SCOPUS
B3
2017-2021
quadriênio
Meio Ambiente e Ciências Sociais | Vol. 8 Núm. 3 (2020)
Valeria dos Santos Moraes-Ornellas
Author information
Licenciada em Biologia, pela Universidade Federal do Paraná. Mestre em Ciências Biológicas - área Ecologia, Universidade Estadual de Campinas; e Doutora em Meio Ambiente e Desenvolvimento (UFPR). É professora substituta na área do Ensino de Ciências e Biologia no IECOS Instituto de Estudos Costeiros (Universidade Federal do Pará, campus Bragança), atuando com formação de professores e estágio supervisionado. Tem experiência com estudos de ecologia de populações e comunidades, conservação de fauna silvestre, avaliações de impactos ambientais, filosofia ecológica e educação ambiental. Atua com temas em Biologia da Conservação e Ensino-Aprendizagem, tendo como principais linhas de pesquisa: Ecologia da Amazônia, Ensino de Ciências e Biologia, Ecologia da Educação (com interesse especial em contextos interculturais).
Published in julio 12, 2020
A queixada (Tayassu pecari) e o cateto (Pecari tajacu) são espécies dispersoras de sementes florestais. Sua ausência no meio pode ser impactante para a dinâmica dos habitats e, portanto, a caça de ambas sem bases sustentáveis é uma ameaça ao seu meio como um todo. Este trabalho faz uma revisão em torno de processos indígenas que envolvem aprendizagem significativa da ecologia de ambas as espécies os quais possam servir de embasamento para a restauração do conhecimento étnico e a preservação de Taiassuídeos no Brasil. Descreve-se a aquisição de conhecimento por observação e participação no contexto indígena, o que envolve indicadores naturais importantes para o manejo sustentável dos porcos-do-mato e significados religiosos da caça a eles. Porém, a subjetividade da percepção indígena sobre a fauna silvestre está se perdendo devido à uma mudança cultural que vem empobrecendo a etnodiversidade e causando depleção das populações da queixada e do cateto. Como soluções, sugere-se: a circulação da etnociência entre comunidades e como integrante da formação de professores, o resguardo de tradições pedagógicas indígenas e a restauração de práticas que se perderam. O objeto deste estudo é um exemplo vivo da biodiversidade Brasileira e algumas etnias indígenas podem ser fonte de conhecimento acerca de uma relação mais ecologicamente sustentável com ele. Os resultados desta revisão podem ser úteis para o embasamento de outros estudos voltados a aprendizagem significativa, restauração de etnobiodiversidade, Educação Indígena, manejo sustentável e ensino de Ecologia.