Revisão Histórica dos Telhados Verdes: da Mesopotâmia aos dias atuais

Autores

  • Samuel Costa Almeida Universidade Federal de Pernambuco
  • Gabriela Pedroza Brito Universidade Católica de Pernambuco
  • Sylvana Melo Santos Universidade Federal de Pernambuco

Palavras-chave:

Drenagem urbana, Urbanização sustentável, Tecnologias alternativas.

Resumo

Este artigo abordou, por intermédio de um levantamento bibliográfico, acontecimentos históricos que culminaram em uma mudança significativa no cenário de diversos centros urbanos com o uso dos telhados verdes, bem como mostrou sua influência no contexto cultural da sociedade. A técnica que consiste na implantação de coberturas vegetadas sobre edificações foi criada para acompanhar um desejo estético e paisagístico durante a Idade Antiga, mas ao longo do tempo acabou por incorporar novas significações em resposta às consequências geradas pela Revolução Industrial, isto é, a necessidade por práticas e políticas ambientalistas. Por outro lado, ainda nos dias atuais discute-se a pertinência da técnica no que concerne às suas vantagens e desvantagens e o seu emprego ainda aparece de forma pouco expressiva ou se restringe a poucos casos nos principais centros urbanos. Nessa perspectiva, este trabalho tem por finalidade resgatar a sucessão dos eventos históricos que resultaram no uso dos telhados verdes no cenário urbano atual. Os argumentos levantados permitiram concluir que os desafios técnicos, sociais e econômicos constituem fatores de resistência ao emprego da técnica, mesmo diante da aceitação do ganho ambiental.

Biografia do Autor

Samuel Costa Almeida, Universidade Federal de Pernambuco

Licenciando em História pela Universidade Federal De Pernambuco. Monitor da disciplina de História Antiga e foi Monitor da disciplina de Metodologia e Produção de Textos do Departamento de História da UFPE. Estagiário no Memorial do Tribunal Regional do Trabalho 6° Região. Bolsista do Programa de Educação Tutorial MEC/SESu - Grupo PET Conexões Gestão Política-Pedagógica. Pesquisador do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) pelo Programa de Iniciação Científica (PIBIC) com a temática "Genealogia do consumo e das práticas religiosas neopentecostais brasileiras". Professor de Língua Inglesa no Curso de Línguas Popular aberto à Comunidade. Tem experiência na área de História, com ênfase em História Ambiental, Brasil Império, Antiguidade e História das Teologias e Religiões.

Gabriela Pedroza Brito, Universidade Católica de Pernambuco

Graduanda em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Católica de Pernambuco.

Sylvana Melo Santos, Universidade Federal de Pernambuco

Possui graduação em Engenharia Civil (1994) pelo Departamento de Engenharia Civil da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), mestrado em Engenharia Civil, área de Geotecnia (1998), pela UFPE e doutorado em Engenharia Civil, área de Recursos Hídricos (2005), pela UFPE, com um período de 2 anos de estudos (doutorado sanduíche) na Alemanha (Institut für Erdmessung - Universität Hannover). Atualmente é Professora Associada da UFPE, Centro Acadêmico do Agreste, e membro permanente do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil e do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil e Ambiental, ambos da UFPE. Coordena/atua em projetos na área de Engenharia Civil, com ênfase em Hidrologia, atuando principalmente nos seguintes temas: água subterrânea, subsidência do solo, tecnologias alternativas para os recursos hídricos do semi-árido (telhados verdes e cisternas)

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Publicado

2018-09-05

Edição

Seção

Meio Ambiente e Ciências Sociais