Revista Brasileira de Meio Ambiente

Periódico de Acesso Aberto

CiteScore

0.4

Indexada na
SCOPUS

QUALIS

B3

2017-2021
quadriênio

Idioma

Revista Brasileira de Meio Ambiente

e-ISSN: 2595-4431


Resumo

O bairro Santo Amaro, localizado em Recife – Pernambuco, tido atualmente como ponto alvo dos interesses do capital imobiliário, vem sofrendo transformações significativas na sua paisagem. Percebendo a problemática socioambiental advinda das modificações correlacionadas à forma atual de produção daquele espaço, no âmbito da necessidade do entendimento da complexidade do fenômeno urbano, a pesquisa ora apresentada propõe como objetivo principal analisar a produção do ambiente urbano do bairro Santo Amaro, apresentando as contradições do modelo capitalista de produção do espaço urbano, classificando a cobertura da terra do bairro, e identificando as principais formas espaciais e seus agentes de produção, refletindo acerca das diferentes possibilidades encontradas com base em metodologias alternativas. Nesta perspectiva, foram realizadas três etapas relativas aos procedimentos metodológicos: revisão bibliográfica; aplicação da chave classificatória de cobertura da terra com base na percepção/interpretação das formas espaciais e cobertura vegetal; e visita de campo realizada nas ruas do bairro. Após a execução dos procedimentos e contextualização da problemática, foi constatado que o bairro representa, atualmente, um recorte de interesse para a expansão da reprodução do capital imobiliário na capital pernambucana, uma área anteriormente desvalorizada e percebida como reserva para os interesses hegemônicos. Além disso, foi constatado que o bairro possui 59,67% da sua área total edificada e, desse total, aproximadamente, 20% não possui contato com áreas verdes no entorno das quadras analisadas.  

Referências

  • Albuquerque, M. Z., & Gomes, E. T. A. (2013, novembro). Reflexões sobre vetores do atual processo de reprodução do espaço urbano no Recife. XIII Simpósio Nacional de Geografia Urbana: ciência e ação política por uma abordagem crítica, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 15.
  • Brasil. (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Editora Mandarino.
  • Carlos, A. F. A. (2015). Crise urbana. São Paulo: Contexto.
  • Corrêa, R. L. O. (1995). Espaço Urbano. São Paulo: Ática.
  • Feldmann, D. (2019). A crise contemporânea do capitalismo: reflexões a partir de um debate com as abordagens sistêmicas de Arrighi, Fiori e Wallerstein. Economia e Sociedade, 28(2), 293-619.
  • Ferreira, M. B. P. (2015). Cobertura da terra como indicador de qualidade ambiental urbana: estudo aplicado ao município de Curitiba-PR. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal do Paraná, Curitiba, Brasil.
  • Fialho, V. et al. (2015). Espaços compartilhados e práticas vividas: cartografia social e espaços de mobilização do bairro de Santo Amaro – Recife/PE. Iluminuras. Porto Alegre, 16 (37), 212-241.
  • Higueras, E. (2013). Urbanismo bioclimático. Madrid: Editorial Gustavo Gili.
  • Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. (2019). Sistema IBGE de recuperação automática – SIDRA.
  • Mazetto, F. A. P. (2000). Qualidade de Vida, Qualidade Ambiental e Meio Ambiente Urbano: breve comparação de conceitos. Revista Sociedade e Natureza. Uberlândia, 12 (24), 21-31.
  • Nucci, J. C., Ferreira, M. B. P., & Valaski, S. (2014, setembro). Cobertura do solo e qualidade ambiental urbana como subsídios ao Planejamento da Paisagem. VI Congresso Ibero-Americano de Estudos Territoriais e Ambientais, São Paulo, SP, Brasil, 16.
  • RECIFE. Lei Ordinária de nº 16.719 de 30 de novembro de 2001, que cria a Área de Restruturação Urbana – ARU, composta pelos bairros Derby, Espinheiro, Graças, Aflitos, Jaqueira, Parnamirim, Santana, Casa Forte, Poço da Panela, Monteiro, Apipucos e parte do bairro Tamarineira, estabelece as condições de uso e ocupação do solo nessa área. Legislação Municipal do Recife, 30 de nov. Disponível em: < https://leismunicipais.com.br/a1/pe/r/recife/lei-ordinaria/2001/1671/16719/lei-ordinaria-n-16719-2001-cria-a-area-de-reestruturacao-urbana-aru-composta-pelos-bairros-derby-espinheiro-gracas-aflitos-jaqueira-parnamirim-santana-casa-forte-poco-da-panela-monteiro-apipucos-e-parte-do-bairro-tamarineira-estabelece-as-condicoes-de-uso-e-ocupacao-do-solo-nessa-area> . Acessado em abril/2020.
  • Sampaio, Renata. (2015). A Violência do processo de urbanização. In: CARLOS, Ana Fani. Crise Urbana. São Paulo: Contexto.
  • Sánchez, F. et al. (2004). Produção de Sentido e Produção do Espaço: convergências discursivas nos grandes projetos urbanos. Revista Paranaense de Desenvolvimento. Curitiba, 107, p. 39-56.
  • Scussel, M. C. B., & Sattler, M. A. (2010). Cidades em (Trans)Formação: impacto da verticalização e densificação na qualidade do espaço residencial. Ambiente Construído. Porto Alegre, 10(3), p. 137-150.
  • Silva, L. H. (2008). A verticalização do espaço urbano: o caso do bairro do Prado Recife/PE. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal de Pernambuco, Recife, Brasil.
  • Valaski, S. (2013). Estrutura e dinâmica da paisagem: subsídios para a participação popular no desenvolvimento urbano do município de Curitiba-PR. Tese de Doutorado, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, Brasil.

Informações do artigo

Histórico

  • Recebido: 08/06/2020
  • Publicado: 11/09/2020