Resumo
Considerando tendência crescente da demanda e dos gastos dos brasileiros com as proteínas este artigo se propôs a discutir os aspectos relativos à evolução do uso da terra, produtividade e os impactos ambientais da pecuária de corte e da piscicultura. O consumo da carne bovina aumentou muito nos últimos anos, tanto no mercado interno quanto para exportação, no entanto, associado a este se pode ressaltar maior desmatamento; queimadas; crises hídricas; emissão de gases de efeito estufa e a compactação do solo. Além disso, a maioria das fazendas possuem pastagens naturais com alto grau de degradação devida à falta de infraestrutura. De modo a minimizar os efeitos ambientais da pecuária, a piscicultura se desponta como alternativa a demanda proteica da população. No Brasil a atividade vem crescendo em todas as regiões com destaque a região Sul na produção de Tilápia. A piscicultura também apresenta impactos ambientais, como: a proliferação de algas, inserção de espécies invasoras e bactérias patogênicas e eutrofização. No entanto, os seus danos ambientais estão relacionados à qualidade da água e ao mesmo tempo os seus produtores possuem o maior interesse em resolvê-los de modo a possibilitar maior produtividade. O seu maior problema, no entanto, está relacionado à conquista de mercado no país. Desta forma, para estimular seu crescimento e o aumento de seu consumo deve-se trabalhar nas informações nutricionais do produto ao consumidor, bem como: marketing, estratégias de comercialização e acesso a novos mercados, monitoramento, pesquisa e avaliação das oportunidades de desenvolvimento e melhoria do setor do pescado.
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- Recebido: 22/05/2020
- Publicado: 10/09/2020