O agroextrativismo no Cerrado a partir da perspectiva analítica da cienciometria entre 2015 e 2020
Palavras-chave:
Sustentabilidade, Brasil, Cerrado, Bibliometria.Resumo
O agroextrativismo articula atividades extrativas com técnicas de cultivo, criação e beneficiamento. É orientado para diversificação, consórcio de espécies, imitação da estrutura e dos padrões do ambiente natural e uso de técnicas geralmente desenvolvidas a partir dos saberes e das práticas tradicionais, do conhecimento dos ecossistemas e das condições ecológicas regionais. É um importante instrumento para a utilização sustentável dos biomas. O Cerrado é considerado a savana de maior biodiversidade do planeta, portanto é campo profícuo ao desenvolvimento do agroextrativismo. Nesse sentido, este trabalho tem como objetivo levantar e analisar as produções científicas que abordam esta temática para o bioma Cerrado, utilizando para isto a metodologia da cienciometria. A base de dados escolhida para levantar a produção científica sobre o agroextrativismo no Cerrado, nos últimos seis anos, foi a Scopus Elsevier. Realizou-se busca avançada, considerando somente os artigos revisados por pares, os quais foram analisados, levando-se em consideração critérios como o ano de publicação, o país do primeiro autor, os impactos socioeconômicos e envolvimento com as comunidades locais, entre outros. Entre os resultados encontrados pode-se destacar a prevalência de pesquisadores brasileiros, principalmente, da Região Nordeste do país, a importância dos produtos e serviços ambientais para subsistência e geração de renda, o papel da prática do agroextrativismo na conservação ambiental, etc. O estudo realizado teve como ponto de partida trabalho publicado, anteriormente, e que produziu uma análise cienciométrica a partir da mesma base de dados até o ano de 2014, buscando, de certa forma, promover uma atualização.
Referências
BRASIL. Lei nº 10.831, de 23 de dezembro de 2003, que dispõe sobre a agricultura orgânica, e dá outras providências. Diário Oficial da União, 24 de dez. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.831.htm >. Acessado em: julho/2021. 2003.
BRASIL. Decreto nº 6.323, de 27 de dezembro de 2007, que regulamenta a Lei nº 10.831, de 23 de dezembro de 2003, que dispõe sobre a agricultura orgânica, e dá outras providências. Diário Oficial da União, 28 de dez. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/decreto/d6323.htm> Acessado em julho/2021. 2007.
BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Ministério do Meio Ambiente. Instrução Normativa Conjunta nº 17, de 28 de maio de 2009. Disponível em <https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/sustentabilidade/organicos/legislacao/portugues/instrucao-normativa-conjunta-mapa-mma-no-17-de-28-de-maio-de-2009-extrativismo-sustentavel-organico.pdf/view> Acessado em julho/2021. 2009.
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente (2021). Bioma Cerrado. Brasília, Julho. Disponível em: <https://antigo.mma.gov.br/biomas/cerrado>. Acesso em: 12/07/2021.
Campos, L., Nascimento, A.; Albuquerque, U. & Araújo, E. (2016). Criteria for Native Food Plant Collection in Northeastern Brazil. Human Ecology, 44(6), 775–782. https://doi.org/10.1007/s10745-016-9863-4
Dutra, R. & Souza, M. (2018). Agroextrativismo e geopolítica da natureza: alternativa para o Cerrado na perspectiva analítica da cienciometria. Ateliê Geográfico, 11(3), 110–133. https://doi.org/10.5216/ag.v11i3.43644
Dutra, R. & Souza, M. (2019). Cerrado Goiano: Agrotóxicos e Agroextrativismo. (1a ed.). Goiânia: Editora IFG. Disponível em <https://editora.ifg.edu.br/editoraifg/catalog/view/39/22/127-3> Acesso em 12 jul. 2021.
Feitosa, I., Sobral, A.; Monteiro, J., Araújo, E. & Albuquerque, U. (2017). Impact of collection on bark regeneration from Stryphnodendron rotundifolium Mart. in northeastern Brazil. Environmental Monitoring and Assessment 189(5), 234. https://doi.org/10.1007/s10661-017-5908-4
Feitosa, I., Monteiro, J., Araújo, E., Lopes, P. & Albuquerque, U. (2018). Optimal Foraging Theory and Medicinal Bark Extraction in Northeastern Brazil. Human Ecology, 46(1), 917–922. https://doi.org/10.1007/s10745-018-0037-4
Fernandes, M., Morais, M., Mesquita-Oliveira, F., Ulisses, C., Medeiros, J. & Albuquerque, C. (2019). Arbuscular mycorrhizal fungi and auxin associated with microelements in the development of cuttings of Varronia leucocephala. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, 23(3), 167-174. https://doi.org/10.1590/1807-1929/agriambi.v23n3p167-174
Firmo, W., Menezes, V., Passos, C., Dias, C., Alves, L., Dias, I., Neto, S. & Olea, R. (2011). Contexto histórico, uso popular e concepção científica sobre plantas medicinais. Cadernos de Pesquisa, 18(n. especial), 90-95.
Guimarães, R., Souza, E., Naves, R., Melo, A. & Neto, A. (2019). Vegetative propagation of pequi (souari nut) by cutting. Ciência Rural, Biology, 49(2), 01-06. https://doi.org/10.1590/0103-8478cr20180579
Jorge, R. & Anegón, F. (2008). La evaluación de la investigación científica: una aproximación teórica desde la cienciometría. Acimed, 17(4), 01-27.
Lima, C., Campos, M. & Silva, F. (2015). Mycorrhizal Fungi (AMF) increase the content of biomolecules in leaves of Inga vera Willd. seedlings. Symbiosis 65(3), 117–123. https://doi.org/10.1007/s13199-015-0325-3
Mandujano, R. & Alves, V. (2018). Disputas territoriales en la sabana tropical brasileña (cerrado): los campesinos agroextractivistas y el agronegocio en Maranhão y Tocantins. Boletín de la Asociación de Geógrafos Españoles, 76(1), 391-413. https://doi.org/10.21138/bage.2527
Mazzetto Silva, C. (2006). Os Cerrados e a sustentabilidade: territorialidades em tensão. Tese de Doutorado, Universidade Federal Fluminense, Niterói, RJ, Brasil.
Melo, E., Michels, F., Arakaki, D., Lima, N., Gonçalves, D., Cavalheiro, L., Oliveira, L., Caires, A., Hiane, P. & Nascimento, V. (2019). First Study on the Oxidative Stability and Elemental Analysis of Babassu (Attalea speciosa) Edible Oil Produced in Brazil Using a Domestic Extraction Machine. Molecules, 24(22), 4235. https://doi.org/10.3390/molecules24234235
Mittermeier, R., Myers, N., Mittermeier, C. & Robles Gil, P. (1999). Hotspots: Earth’s biologically richest and most endangered terrestrial ecoregions. (1a ed.). Mexico City: Sierra Madre.
Moro, M., Castro, A. & Araújo, F. (2011). Composição florística e estrutura de um fragmento de vegetação savânica sobre os tabuleiros pré-litorâneos na zona urbana de Fortaleza, Ceará. Rodriguésia, 62(2), 407–423.
Myers, N., Mittermeier, R., Mittermeier, C., Fonseca, G. & Kent, J. (2000). Biodiversity hotspots for conservation priorities. Nature, 403(6772), 853-858.
Prudente, D., Paiva, R., Nery, F., Máximo, W. & Silva, L. (2017). Behavior of lateral buds of Hancornia speciosa after cryopreservation by encapsulation-vitrification. Acta Scientiarum, Biological Sciences, 39(1), 87-93. https://doi.org/10.4025/actascibiolsci.v39i1.31620
Oliveira, D., Woberto, C., Zanuzo, M. & Severgnini, C. (2013). Composição mineral e teor de ácido ascórbico nas folhas de quatro espécies olerícolas não-convencionais. Horticultura Brasileira, 31(3), 472-475.
WHO – World Health Organization. Programme on Traditional Medicine. (2000). Situación reglamentaria de los medicamentos herbarios: una reseña mundial. (Resenha). Organización Mundial de la Salud.
Peixoto, J., Neves, B., Vasconcelos, F., Napolitano, H., Barbalho, M., Silva, S. & Rosseto, L. (2019). Flavonoids from Brazilian Cerrado: Biosynthesis, Chemical and Biological Profile. Molecules, 24(16), 2891. https://doi.org/10.3390/molecules24162891
Pinto, L., Morais, L., Guimarães, A., Almada, E., Barbosa, P. & Drumond, M. (2016). Traditional knowledge and uses of the Caryocar brasiliense Cambess. (Pequi) by “quilombolas” of Minas Gerais, Brazil: subsidies for sustainable management. Brazilian Journal of Biology, 76(2), 511-519. https://doi.org/10.1590/1519-6984.22914
Ribeiro, D., Macedo, D., Oliveira, L., Santos, M., Almeida, B., Macedo, J., Macedo, M., Souza, R., Araújo, T. & Souza, M. (2019). Conservation priorities for medicinal woody species in a cerrado area in the Chapada do Araripe, northeastern Brazil. Environment Development and Sustainability, 21(1), 61-77. https://doi.org/10.1007/s10668-017-0023-9
Ribeiro, J., Frazão, L., Cardoso, P., Oliveira, A., Sampaio, R. & Fernandes, L. (2019). Fertilidade do solo e estoques de carbono e nitrogênio sob sistemas agroflorestais no Cerrado Mineiro. Nota Técnica. Ciência Florestal 29(2), 913-923. https://doi.org/10.5902/1980509825310
Santos, G., Schiel, N., Araújo, E. & Albuquerque, U. (2016). Remoción y distancia de dispersión de las diásporas de Caryocar coriaceum (Caryocaraceae) en el margen e interior de un área de Cerrado, Nordeste de Brasil. Revista de Biologia Tropical, 64(3), 1117-1127.
Silva, J., Silva, L., Albuquerque, U. & Castro, C. (2018). Bark and latex harvesting short-term impact on native tree species reproduction. Environmental Monitoring Assessment, 190(12), 744. https://doi.org/10.1007/s10661-018-7081-9
Silva, J., Tabarelli, M. & Fonseca, M. (2004). As áreas e ações prioritárias para a conservação da biodiversidade da caatinga. In Silva, J., Tabarelli, M., Fonseca, M. & Lins, L. (orgs.). Biodiversidade da Caatinga: áreas e ações prioritárias para a conservação (pp. 349–374). Brasília: Ministério do Meio Ambiente / Universidade Federal de Pernambuco / Conservation International / Fundação Biodiversitas / EMBRAPA Semiárido.
Silva, N., Hanazaki N., Albuquerque, U., Campos, J., Feitosa, I. & Araújo, E. (2019). Local Knowledge and Conservation Priorities of Medicinal Plants near a Protected Area in Brazil. Evidence-Based Complementary and Alternative Medicine, 2019(1), 01-18. https://doi.org/10.1155/2019/8275084
Silva, R., Garavello, M., Nardoto, G., Mazzi, E. & Martinelli, L. (2019). Urban access and government subsidies impact livelihood and food transition in slave-remnant communities in the Brazilian Cerrado. Agronomy for Sustainable Development, 39(24), 01-12. https://doi.org/10.1007/s13593-019-0568-0
Silva, R., Gomes, L. & Albuquerque, U. (2015). Plant extractivism in light of game theory: a case study in northeastern Brazil. Journal of Ethnobiology and Ethnomedicine, 11(6), 02-07. https://doi.org/10.1186/1746-4269-11-6
Silva, R., Gomes, L. & Albuquerque, U. (2017). What are the socioeconomic implications of the value chain of biodiversity products? A case study in Northeastern Brazil. Environmental Monitoring Assessment, 189(64), 01-12. https://doi.org/10.1007/s10661-017-5772-2
Moreira, T., Fernandes, G. & Pietro, R. (2018). Stryphnodendron Species Known as “Barbatimão”: A Comprehensive Report. Molecules, 23(4), 910. https://doi.org/10.3390/molecules23040910
Thomaz Jr., A. (2008). Por uma cruzada contra fome e o agrohidronegócio – nova agenda destrutiva do capitalismo e os desafios de um tempo não adiado. Revista Pegada, 9(1), 08-34.
Tuller, J., Marquis, R., Andrade, S., Monteiro, A. & Faria, L. (2018). Trade-offs between growth, reproduction and defense in response to resource availability manipulations. PLoS ONE 13(8), 02-12. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0201873
Veiga Jr., V. & Pinto, A (2005). Plantas medicinais: cura segura? Química Nova, 28(3), 519-528.
Zank, S. & Hanazaki, N. (2017). The coexistence of traditional medicine and biomedicine: A study with local health experts in two Brazilian regions. PLoS ONE, 12(4), 01-17. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0174731
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Material protegido por direitos autorais e plágio. No caso de material com direitos autorais ser reproduzido no manuscrito, a atribuição integral deve ser informada no texto. Caso seja preciso, um documento comprobatório de autorização deve ser enviado para a Comissão Editorial como documento suplementar. É da responsabilidade dos autores, não Revista ou dos editores ou revisores, informar, no artigo, a autoria de textos, dados, figuras, imagens e/ou mapas publicados anteriormente em outro lugar.
Se existir alguma suspeita sobre a originalidade do material, a Comissão Editorial pode verificar o manuscrito por plágio. Nos casos em que o plágio for confirmado, o manuscrito será devolvido sem revisão adicional e sem a possibilidade de re-submissão. Auto-plágio (ou seja, o uso de frases idênticas de documentos publicados anteriormente pelo mesmo autor) também não é aceitável.
O (s) autor (es) no ato da submissão do manuscrito deverão assinar um acordo prévio concordando acerca da Declaração de Direito Autoral, explanada no parágrafo acima. Para reforçar os direitos autorais do autor, a Revista Brasileira de Meio Ambiente utiliza a licença Creative Commons - CC-BY 4.0 [Os artigos podem ser compartilhados e seus assuntos podem ser modificados, desde que o devido crédito seja aplicado de forma integral] (para mais informações sobre a licença, (https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0), no qual, a logomarca e o link fica de modo estático no rodapé da revista. Vale ressaltar que o(s) autor (es) podem solicitar os direitos autorais do manuscrito sem restrições, mesmo que o artigo já esteja publicado na revista.